Seria um daqueles que contam histórias peculiares de pessoas comuns. Eu seria uma dessas protagonistas com sonhos frustados e família maluca, com pose de bem resolvida mas hora marcada no psicólogo toda semana. Se a minha vida fosse um filme baby, eu esbarraria com o amor da minha vida na virada da esquina do curso de inglês, pela qual eu passo correndo por estar sempre atrasada. Se fosse um filme eu teria um amigo com um amor platônico por mim. E eu teria amigos estilosos pra encontrar no bar que não existe na minha cidade.
Eu e a ela teríamos um reencontro dramático, do tipo que começa com um esbarrão casual e vai se tornando constrangedor ao percebermos em quem esbarramos.E ela provavelmente estaria com seu namorado, talvez noivo. E perguntaríamos como vai a vida uma da outra, eu diria que tô seguindo a minha com as palavras presas na garganta. Mas bem no fundo ficaria com uma inveja danada dela e depois passaria a noite agarrada com a minha boneca e chorando de saudade.
Se a minha vida fosse um filme eu e ele seriamos um desses casais complexos e com o ego inflado. Que no fim acabariam com tudo mesmo que ainda amassem muito um ao outro. E ai eu procuraria abrigo no meu vizinho motoqueiro de cabelo amarrado e calça de couro. E bateria na porta dele de madrugada pra dizer que encontrei alguém melhor, alguém que sabe me fazer feliz. O que seria só o efeito do álcool e não a verdade.
Mas a minha vida não é um filme, talvez seja uma fotografia onde tudo permanece parado e sem movimentos. Na verdade ela pode ser rotulada como um filme mudo, em preto e branco e cujo o ato dado a protagonista é chorar.,

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