terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Um texto de gaveta



É estranho ver você partir em mil pedacinhos que se espalham pelo ar que eu respiro, cada particula sua me sufoca. Eu não sou capaz de desvendar todos os enigmas indecifráveis que estão estampados na palma escorregadia da sua mão. E eu não sei se essa parte de você que se entranha em mim, percorrendo meus pulmões, está tendo dificuldade pra se adaptar aqui. Mas sinto que estou te perdendo dentro de mim.
Eu te disse que fazer o que foi feito por você era perigoso. Te avisei que a minha instabilidade não era confiável. Mas você garantiu que estaria do lado caso acontecesse algo errado. E agora aos poucos nós estamos saindo do rumo, a nossa história vai virando resumo. Tudo vai entrando nos eixos por mais que a gente cometa sempre os mesmos erros. Então você não vê? Que eu estou me perdendo de você, e não há nada que se possa fazer?!
Você diz que é deprimente acreditar no amor, pois o que é realmente deprimente é te amar. Sabe, você fica ai trancado no seu mundo agressivo e sombrio, cheio de restrições e eu escondida vigilante atras do muro, bolando planos pra tentar entrar. Mas eu não sei fazer nada direito e não tem um jeito de eu entrar sem você perceber ou ainda de você autorizar. Mas você me olha porém não cogita a ideia de que sou eu esse alguém que você procura quando olha pras estrelas da janela do seu quarto.
Pensando bem acho que você tem razão: é deprimente acreditar no amor – vindo de você! Vou te dizer querido, as estrelas do seu céu de papel estão se apagando e quando a escuridão reinar você vai lembrar de mim, e vai querer que eu esteja ai com a minha fagulha de luz. Porque você quer um nós mas é incapaz de nos deixar a sós para podermos nos resolver. Sinto muito, mas não posso esperar por você...

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