quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Desertora
Quando eu era criança e me apaixonei pela primeira vez por um garoto, me senti tão corajosa. Porque era um primeiro amor - de muito outros - platônico.
E sabe, eu me sentia uma super heroína, eu lutava por nós dois e nunca desistia. Gostava de pensar que era a unica que poderia salva-lo da escuridão e que um dia ele veria isso. Todas as manhãs eu ia pra escola com a esperança de que o W. fosse olhar pra mim e descobrir que também me amava.
Era um amor tão bonito, tão puro, tão inocente... Mas foi uma luta em vão. W nunca me enxergou da forma que eu o enxergava.
E todos me diziam "Um dia você vai desistir Jess. Não pode passar o resto da sua vida gostando de alguém que não liga pra você". Porém eu continuava ali, todos os dias lutando. Chegou um momento que eu não sabia mais o que fazer e comecei a lutar contra esse sentimento. Eu estava perdida e cansada, precisava tentar alguma coisa.
Até que numa manhã, eu olhei pro W e simplesmente percebi que não gostava mais dele. O sentimento se dissolveu na própria dor.
E hoje eu percebi que é isso que eu tenho feito desde que me entendo por gente com todas as pessoas. Eu tenho tentado.
Tentado em vão, porque nenhuma delas corresponde as minhas expectativas, nenhuma delas devolve a atenção, o carinho e a consideração que tenho por elas.
E hoje, por fim, desisti. Desisti por amor próprio, por estar cansada dessa falta de consideração, desse esquecimento, desse desprezo... Dessa solidão que sinto mesmo estando cercada por essas pessoas.
A partir de agora, eu vou ser eu e quem gostar de mim será porque realmente gosta e não porque eu tentei fazer alguém gostar de mim.
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