domingo, 10 de julho de 2011

Despedaçada



As pedras que me tacaram te pertencem. Eu mesma escrevi seu nome nelas, com as unhas ou o que restaram delas. As lágrimas que escorreram dos meus olhos eram suas, eu até guardei uma delas pra te entregar quando você voltar. Junto com meu coração, que está numa caixa aos pedaços por ter sido espalhado pelas ruas. Nessa busca eu arrastei a minha cara no asfalto, pra tentar farejar o seu rastro. Mas foi em vão e eu fiquei no chão, a merce das minhas culpas, esperando suas desculpas. Provavelmente você vai jogar fora o meu perdão. me deixando sem ação. Eu sei, porque foi isso que você fez na ultima vez, e foi assim que meu coração fugiu de mim sem direção, jogado ao vento a mil por hora na contramão.
E o pior disso é que por algum motivo eu ainda te amo. Meus sentimentos sobreviveram a escuridão, eles foram roubados enquanto eu perdia meu chão e me afundava mais em gritos de compaixão. Depois eles me foram devolvidos em pedras e recordações. Que conforme me acertavam me invadiam, sem escorrer.
E doia. Doeu e ainda dói.

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