sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Suas profecias



P.
Eu me peguei pensando em você esses dias, e me lembrei do que você disse quando me deixou: “Você vai se lembrar de mim quando menos quiser”, foi exatamente isso.
Mas sabe P., não é por nada não mas é que eu não tenho mais forças para resistir a esse presente que nunca me leva para um futuro distante, distante do nosso passado, onde eu sou capaz de sorrir sem precisar das suas lembranças extintas.
Você me disse que com um tempo o seu rosto ia se tornar desfocado na minha memória, mas isso não aconteceu, porque a cada dia que passa a sua imagem fica mais forte, mais viva, e eu já estou tendo alucinações em 3D.
Por isso P., eu te pergunto como faço para me livrar dessa sensação absurda de você em mim, como eu ignoro a formicação que seu sorriso de lado causa em mim? E o que eu faço com a tontura que sinto quando você me olha? Porque por cada esquina que eu passo o fantasma de um você que um dia foi meu está lá, e as ondas sonoras da sua gargalhada de criança ecoam dentro de mim causando um terremoto inestimável.
E quanto ao que me destrói? É que é ela que está ao seu lado, e não eu. Você agora é dela, e isso me magoa, o pior é que ela parece saber disso e se aproveita sem dó nem piedade.
O que eu faço agora, hein P.? Me diz você que sempre foi tão exato quanto ao que aconteceria com a gente. Por acaso previu que meu futuro seria assim, e deixou que acontecesse só para me ver sofrer?! Mas eu não sofro por um ato no qual eu não atuei, eu sofro é por todas as cenas futuras que iriamos protagonizar, e por causa dos seus ciúmes proféticos não vai sair dos meus sonhos.
E no fim, é como diz a musica:
“'Cê vai viver pra outra vida e eu fico aqui, na vida que ficou em minha vida. Tão perto de mim, tão longe de mim.”

Um comentário:

Nati Pereira disse...

Infelizmente as coisas não são como queremos. Beijo